Da Redação:Postado por
keyzen costa
ás 08:44 de sexta-feira, 27 de julho de 2012
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Mais de cinco
toneladas de camarão regional e pitu comporão o cardápio do maior evento
gastronômico e cultural do município de Afuá, na Ilha do Marajó, que
acontece entre os dias 26 e 30 de julho. O 30º Festival do Camarão de
Afuá é a principal vitrine da produção agrícola do município e atrai um
público cada vez maior a cada edição. Este ano a organização do evento
estima a participação de 30 mil pessoas.
A produção virá
de sete ilhas do entorno de Afuá, onde cerca de 500 famílias, além do
extrativismo de açaí, têm na pesca artesanal do camarão uma das
principais atividades. Quase todas essas comunidades, situadas às
margens dos rios Afuá e Santana, foram reconhecidas pelo Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como assentamentos
agroextrativistas.
O Festival do
Camarão é organizado pelo escritório local da Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), em parceria com a
Prefeitura de Afuá. A programação se concentrará na quadra municipal de
esportes da praça principal. O acesso, inclusive aos shows, será livre e
gratuito. Haverá, ainda, exposição e venda de quitutes à base de
camarão (com destaque para a caldeirada de pitu) e concurso de Miss e
Míster Camarão. “Nos dias do Festival, a população da cidade chega a
dobrar. O município recebe pessoas vindas de todos os lugares, até de
Macapá, que é presença constante aqui”, explica o chefe do escritório
local da Emater, engenheiro agrônomo Alfredo Rosas.
A safra do
camarão em Afuá, apontado como um dos maiores produtores do Estado,
começa em maio e se estende até agosto. O mês de julho é considerado uma
época de pico: cada família chega a retirar do mar 30 quilos por
semana. O camarão abastece o mercado local e é importado para o Amapá e
várias partes do Pará. “Uma característica forte da produção agrícola
daqui de Afuá é justamente essa importação: a produção é grande e de
qualidade”, explica Altenes Monteiro, ex-secretário municipal de
Agricultura.
De acordo com a
Emater, atualmente o processo de captura artesanal, que pode ter efeito
predatório, está se ajustando em termos ambientais. “Estamos
conscientizando os pescadores para devolverem ao rio as fêmeas ovadas de
pitu e para separarem os camarões pequenos em viveiros, até o
desenvolvimento completo”, explica Rosas. A Emater também está
negociando, ainda para este ano, a assinatura de um contrato com o
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), para que os pescadores locais
forneçam camarão para entidades que desenvolvem trabalho social. Além
disso, a Empresa vem reivindicando a participação dos agricultores no
mercado de merenda escolar.
Texto:Aline Miranda - Emater
postado por Portal do Marajó