segunda-feira, 21 de maio de 2012

Preso acusado de estuprar filhas em Curralinho



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Já está preso o homem acusado de explorar e de abusar sexualmente das filhas de 12 e 15 anos, em Curralinho, no arquipélago do Marajó. A prisão foi cumprida na noite de sexta-feira passada, 18, pela equipe comandada pela delegada Adriana Norat. Coincidentemente, 18 de maio marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. O acusado teve mandado de prisão expedido pela Justiça de Curralinho; ele é suspeito de ter estuprado e engravidado as duas filhas.
O caso foi denunciado à Polícia Civil pelo Conselho Tutelar de Curralinho, após a adolescente de 15 anos ter entrado em trabalho de parto e ser submetida a um procedimento cirúrgico no Hospital Municipal. Durante o procedimento, ela chegou a ter paradas cardiorrespiratórias; teve de ser reanimada e ainda ficou alguns dias em estado de coma.
O feto apresentava má formação congênita e se encontrava em estado de decomposição no útero materno, motivo pelo qual precisou ser enterrado imediatamente, antes de a Polícia ser comunicada do fato. As irmãs foram encaminhadas para exames periciais e atendimento psicossocial na sede do Programa Pro Paz, da Santa Casa de Misericórdia, em Belém, para comprovar a materialidade do crime.
O suspeito teve mandado de prisão preventiva decretado e expedido pela Comarca Judiciária em atendimento à representação feita pela delegada. Adriana Norat ressalta que essa prisão foi resultado do empenho da equipe policial nas investigações, processo que contou com a colaboração do superintendente da Polícia Civil na região das Ilhas, delegado Jarson Joel da Silva; do diretor de Polícia do Interior, delegado Sílvio Maués, da coordenadoria do Pro Paz, do Conselho Tutelar e dos policiais militares que atuam no município”, enfatizou a delegada. 

Pará condena 17 por desvio de recursos públicos

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Cerca de 17 pessoas, entre elas três ex-prefeitos e um ex-senador, foram condenadas pela Justiça Federal por desvio de recursos públicos. As condenações são baseadas em investigações do Ministério Público Federal (MPF) do Pará.

Segundo o MPF, os familiares do falecido ex-prefeito de São Sebastião da Boa Vista, na Ilha de Marajó, Benedito Odival Oliveira Gomes, deverão, de acordo com determinação da Justiça, devolver ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) R$ 1,8 milhão mais correção monetária. O MPF acusou o ex-prefeito por improbidade administrativa porque não prestou contas de recursos federais repassados ao município.

Também por desvio de verbas do Fundef foram condenados, segundo informações do MPF, a ex-prefeita de São Sebastião da Boa Vista, Violeta de Monfredo Borges Guimarães, e quatro ex-integrantes da comissão de licitação do município: Vivaldo Macedo Rodrigues, Ronaldo José Borges Guimarães, Francisco Veriano Araújo da Silva e Almir Bogoevich Lage. O grupo deverá devolver a quantia de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos.

Já o ex-prefeito de Ponta de Pedras, município localizado a 44 km da capital Belém, Bernardino de Jesus Ferreira Ribeiro, foi condenado, na quarta-feira a seis anos de reclusão, em regime semi-aberto, por desvio de R$ 37 mil de um convênio entre o município e o Ministério do Meio Ambiente para projetos de sustentabilidade ambiental e turismo.

Também na semana passada foi publicada a condenação do ex-senador do Estado do Pará, Luiz Otávio de Oliveira Campos. Outros ex-integrantes do grupo Rodomar, também foram denunciados pelo desvio de R$ 12 milhões em recursos da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame).

O Ministério Público Federal do Pará afirmou que em 1992, o grupo Rodomar conseguiu o empréstimo com a justificativa de que iria construir balsas, o que nunca foi feito. A fraude contou com o apoio da Estaleiros Bacia Amazônica SA (Ebal), segundo a pasta.

O ex-senador foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado e multa. À mesma pena foram condenados outro dirigente da Rodomar, José Alfredo Heredia, os então dirigentes da Ebal André Moraes Gueiros, Paulo Érico Moraes Gueiros e David Jacob Serruya e os então funcionários do Banco do Brasil Manoel Coriolano Monteiro Imbiriba Neto e José Roberto Lobão da Costa. Todos participaram da operação fraudulenta.

A Justiça Federal determinou que todos os acusados, além de devolverem as quantias desviadas aos cofres públicos, deverão pagar uma multa de R$ 100 mil. Os direitos políticos do grupo denunciado foram suspensos por dez anos.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

HOSPITAL MUNICIPAL DE BAGRE SERÁ CONCLUÍDO



 
Veja o Diário Oficial do Governo do Estado número 32148, publicado no dia 02/05/2012 , sobre a conclusão do hospital municipal de Bagre.

Agora é oficial: Obra pra conclusão do hospital de Bagre será retomada ainda este ano.
 O prefeito Cledson Rodrigues (Gordo), depois de mais um encontro com membros do Governo do Estado, anunciou a retomada da obra do hospital municipal de Bagre, sem dúvida, uma grande conquista para a população do seu município.
 ’’Depois de uma luta incansável em busca de recursos trago uma boa notícia, uma notícia concreta e real, nosso hospital será concluído e entregue à população em alguns meses. Agradeço o empenho dos amigos Nicias Ribeiro, Sergio Leão e Cleber Edson que estiveram com a gente nessa luta. Agora é oficial, já saiu no Diário Oficial do Governo. Essa é mais uma grande conquista do povo de Bagre, do Novo Bagre. Parabéns!’’ Disse o prefeito Gordo.

Alunos do Marajó discutem ações de promoção da igualdade racial



    Da Redação
    Agência Pará de Notícias
    Atualizado em 09/05/2012 às 11:40

    As escolas estaduais “Professor Ademar de Vasconcelos”, de Salvaterra, e “Gasparino Batista da Silva”, de Soure, ambas na ilha do Marajó, participam, de 9 a 11 de maio, da “Semana Integrada de Combate ao Racismo”, programação elaborada em torno de um projeto pedagógico coordenado pelo professor Vinícius Darlan e que entra em sua terceira edição. A novidade este ano é que, pela primeira vez, as atividades acontecem de forma integrada e simultânea nas duas instituições de ensino.
    O objetivo geral do projeto é provocar o debate sobre o fenômeno social do racismo, suas formas de operação e consequências. “Temos que ir além da lei federal 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da História da África e da Cultura Afro-Brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio. Precisamos elevar a auto-estima, mexer com os sentimentos dos nossos alunos e da comunidade”, disse o professor Vinícius Darlan.

    A programação encerrada no dia 11, com a tradicional “Caminhada de Combate ao Racismo”, com concentração a partir das 9h30, em frente à Escola Gasparino, em Soure. Em Salvaterra a concentração será a partir das 15h30, em frente à Escola Priofessor Ademar Vasconcelos.

    PLANO MARAJÓ SERÁ RETOMADO



     
    Os prefeitos do arquipélago do Marajó (PA) reuniram com representantes do Ministério da Integração Nacional para cobrar do Governo Federal a execução do Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Arquipélado Marajó. A reunião aconteceu na sede da Sudam com a presença de sete dos 16 prefeitos da ilha, do Secretário de Política Regional do Ministério da Integração Nacional, Miguel Oliveira, e do coordenador-geral de Planos de Desenvolvimento, Osvaldo Ferreira. A reunião foi articulada pela Sudam a pedido dos prefeitos marajoaras. O Plano de Desenvolvimento do Marajó foi elaborado em 2006 por um Comitê Interministerial coordenado pela Casa Civil da Presidência da República. A Sudam participou ativamente da elaboração do Plano desde a realização das consultas públicas na Ilha até a redação do documento final. São apontados como principais problemas da região a carência de aeroportos, agências bancárias, ausência de regularização fundiária e segurança pública e conflitos na região de fronteira. As diretrizes para o Plano foram agrupadas nos eixos temáticos: ordenamento territorial, regularização fundiária e gestão ambiental;fomento às atividades produtivas sustentáveis; infraestrutura para o desenvolvimento; inclusão social e cidadania; realções institucionais e modelo de gestão.
     A distribuição de energia foi o maior problema apontado pelos prefeitos presentes à reunião. Segundo o prefeito de Soure, João Luiz Melo, apesar de o plano ter sido bem elaborado poucas ações foram implmentadas, sendo que a mais importante era o linhão do Marajó para levar energia a partir de Tucuruí. “Sem energia não há desenvolvimento social”, ponderou. O maior problema é que a responsabilidade desta ação foi repassada para a Celpa e não para Eletronorte, como querem os prefeitos. Os demais prefeitos reforçaram a reivindicação e observaram a carência social do arquipélago. “Metade da população pobre do Brasil está no Marajó, é preciso reverter esse quadro”, afirmou Benjamin Neto, prefeito de Chaves.
     O superintendente da Sudam, Djalma Mello, lembrou que o Plano está elaborado e que o momento é de ezecução. Falou ainda que a Sudam precisa de respaldo e de recursos para coordenar esse processo. A partir da reunião a tendência é de que as ações previstas para a ilha sejam retomadas a partir da criação de um Comitê Gestor e do comportilhamento de responsabilidades. A afirmação é dos representantes do MI que sugeriram ainda uma reunião em breve com a Casa Civil da Presidência da República como um primeiro passo para a retomada do Plano. “Vimos aqui que as ações prioritárias já estão decididas, então, o próximo passo é a criação desse comitê e elaborar um cronograma de execução”, sugeriu Osvaldo Ferreira. Miguel Oliveria sugeriu a elaboração de projetos imediatos para ainda este ano e lembrou que as ações devem estar “casadas” com o Programa Brasil Sem Miséria, do Governo Federal.

    SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE MELGAÇO (PA) – ONILSON CARVALHO: Manifesta apoio à criação da Universidade Federal do Marajó




    A Prefeitura Municipal de Melgaço (PMM) recebeu, no dia 07/05/2012, a Coordenação do Movimento Marajó Forte (MMF) para conhecer os objetivos da CAMPANHA PRÓ-CRIAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARAJÓ. E, na ausência do Exmo. Sr. Prefeito Adiel Moura, o Secretário Municipal de Educação, Sr. Onilson Carvalho, Prof. Esp. em Estudos Ambientais (PUC-MG) e, vencedor de vários prêmios como a Palma de Ouro – Destaque em Educação Nacional e, do Troféu nas Olimpíadas Brasileiras de Matemática, manifestou apoio à campanha. O Secretário após conhecer os objetivos da campanha e de receber uma cópia da petição pública, destacou o fato do município de Melgaço apresentar o melhor IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) dentre os municípios Marajoaras. Mas, que contrasta com a realidade dos concluintes do ensino médio, em seu município, que não tem conseguido acesso ao ensino superior público de qualidade. Pois, muitos desses jovens são oriundos de famílias que vivem abaixo da linha de pobreza. Portanto, sem condições financeiras para darem continuidade aos seus estudos em outra cidade. E, segundo o Secretário “É de grande valia que a construção de uma sociedade se desenvolva por meio de oportunidades. Neste sentido, acreditamos que nossos ribeirinhos marajoaras que vivem as margens dos rios e da sociedade, que sem perspectivas do mundo letrado também passem a usufruir daquilo que lhe é garantida na Constituição Federal – o direito de ter acesso a Universidade que fale a sua língua, que respeite e apoie a sua cultura. É mais do que um ingresso ao ensino superior, é sua contribuição maciça na construção de um Brasil desenvolvido. É necessário perceber estes brasileiros que um dia ganharam o título de Caboclo Marajoara, mas que também podem ganhar o título de Cidadão Brasileiro de fato e de direito, na integração da sua capacidade intelectual”. Clique no vídeo abaixo para assistir a mensagem de apoio da SEMED de Melgaço à Campanha Pró-Criação da Universidade Federal do Marajó.


    O Movimento Marajó Forte (MMF), em nome do Povo Marajoara, agradece à Prefeitura Municipal de Melgaço, na pessoa do Exmo. Sr. Prefeito Adiel Moura pelo apoio recebido e, materializado com a assinatura do Secretário Municipal de Educação, Sr. Onilson Carvalho, na petição pública que pede a criação da Universidade Federal do Marajó. Saibam, que são atitudes como essas que honram a gestão da educação pública em um município marajoara, cujas dificuldades e os desafios diários são vencidos com a perspectiva de cumprir o que estabelece a Constituição Federal e, de transformar a realidade do município por meio da educação pública e de qualidade!

    Recebam nossos sinceros agradecimentos! 

    Saudações Marajoaras!

    O impacto do plantio de arroz no Marajó


    A proposta de plantio de 300 mil hectares de arroz no Marajó exige amplo debate público sobre o tema, em vista do grande impacto que esta intervenção enseja. A chegada dos arrozeiros nos campos do Marajó se constitui, provavelmente, na maior tragédia socioambiental desde a expulsão da Igreja Católica da ilha no século XVIII. Quem ama o Marajó está muito preocupado com seu futuro.
    Vale lembrar que estes arrozeiros foram expulsos da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, por decisão do Superior Tribunal Federal – STF, por plantarem ilegalmente em terras indígenas (terras públicas federais).
    É urgente a realização de audiências publicas nos municípios impactados, a se iniciar por Cachoeira do Arari e Salvaterra, bem como audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Entre as principais temáticas a tratar estão:
    Questões sociais e culturais
    o Saúde humana – o uso de agrotóxicos em larga escala, especialmente aqueles lançados por aviões que passam sobre o núcleo urbano de Cachoeira do Arari, constitui-se em forte ameaça, especialmente aos mais frágeis – crianças e idosos;
    o Agravamento de risco de doenças – a presença de grandes áreas inundadas, inclusive em períodos de seca, no entorno do núcleo urbano de Cachoeira do Arari, poderá resultar em aumento substancial de insetos transmissores de doenças tropicais (dengue e malária, principalmente), o que precisa ser monitorado;
    o Exclusão da participação local – A comunidade local está totalmente excluída. Os moradores da sede de Cachoeira do Arari e entorno das fazendas de arrozeiros são afetados diretamente pelos empreendimentos e ninguém os ouviu!
    O Acesso viário – uma comunidade como a de Cuieira ficou rodeada, até sem a passagem para ir ao núcleo urbano. A se aumentar a área de plantio este fato se sucederá para outras comunidades;
    o Comunidades Quilombolas – qualquer empreendimento de grande porte precisa ouvir as comunidades quilombolas do entorno, como a de Gurupá, em Cachoeira do Arari;
    o Patrimônio imaterial – reiteradas denúncias alertam para mudanças substantivas nas tradições locais, como o impedimento de tradições que passavam pelas fazendas hoje em posse de arrozeiros, especialmente da festividade do Glorioso São Sebastião. Empreendimentos de grande porte exigem inventário do patrimônio imaterial;
    o Patrimônio arqueológico – por lei, qualquer intervenção de grande porte precisa ser precedida de estudo sobre a existência de patrimônio arqueológico. Ora, sabe-se muito bem, que esta região do Marajó é considerada como uma das que possui maior patrimônio de artefatos de cerâmica do Brasil.
    Questões ambientais
    o Espécies ameaçadas – inexistem estudos sobre o impacto do empreendimento sobre espécies de plantas e animais consideradas ameaçadas pela legislação estadual e federal. Preocupa, por exemplo, a existência de uma espécie endêmica de arroz silvestre, que poderá ser ameaçada pela expansão do plantio de arroz industrial;
    o Inexistência de EIA-RIMA – intervenção de tamanha magnitude deveria contemplar Estudo de Impacto Ambiental & Relatório de Impacto Ambiental, inclusive com audiências públicas e exaustivos estudos socioambientais. Nada disto foi feito!
    O Licenças ambientais insuficientes – a licença ambiental concedida pela Secretaria de Meio Ambiente de Estado em setembro de 2010, tratou apenas de um canal e não do empreendimento como um todo. Além disto, definia o monitoramento e a apresentação de relatórios sobre a qualidade da água, o que não foi realizado;
    o Modificação da paisagem – ainda que o búfalo e o boi causem enorme impacto, a dimensão da intervenção do plantio de arroz altera, completamente, a paisagem, desviando rios, encharcando vastas, promovendo o desmatamento, com a comprovada derrubada de árvores frutíferas entre outros;
    o Acesso à água – ao criar canais artificiais, bombear água do leito de rios em vultosos volumes (que não são medidos) e desviar cursos d’água, a dinâmica natural dos campos do Marajó se modifica, e o próprio acesso a água também. E isto não é devidamente avaliado e monitorado, por meio de testes físico-químicos, como a própria licença concedida pela SEMA exige;
    o Poluição da água – a presença de agrotóxicos, o aumento do risco de vazamento de combustíveis e mesmo a modificação da quantidade de oxigênio e de matéria orgânica, da mesma maneira, exige monitoramento e avaliação, uma vez que pode afetar a água que pessoas e animais bebem, e apresentar impacto relacionado à segurança alimentar, principalmente para a pesca de subsistência.
    O APA do Marajó – ainda que sem seu plano de manejo, a Área de Proteção Ambiental do Marajó, como determina o SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação, exige o licenciamento dos empreendimentos de grande porte;
    Questão fundiária
    o Cidade sitiada – o núcleo urbano de Cachoeira de Arari está cercado, o que impede a sua expansão natural. Cachoeira já estava encurralada, e hoje, praticamente, é uma cidade entre uma fazenda e o rio, é como o homem com as algemas, não pode se mexer.
    O Terras públicas x privadas – numa região do Marajó em que a titularidade das terras não está definida, por se tratar de áreas inundáveis, é preciso primeiro definir a propriedade das terras, bem como realizar o zoneamento econômico-ecológico para determinar que áreas podem ser utilizadas e sob que condições.
    Questões econômicas
    o Geração de emprego e migração – o plantio de arroz gera poucos empregos. Atualmente, a maioria é ocupada por migrantes trazidos pelos empreendedores de fora. Com a expansão da rizicultura haverá forte migração para a região, como ocorre em outros grandes empreendimentos na Amazônia. De que maneira isto agravará a exclusão do marajoara do emprego formal oferecido?
    O Distribuição de renda – o modelo de negócio apresentado pelos arrozeiros pouco contribui ao processo de inclusão dos mais pobres da região, ou seja, a maioria dos marajoaras;
    o Impacto na infraestrutura viária – as precárias estradas entre Cachoeira do Arari e os portos em uso recebem um tráfego crescente de caminhões articulados de grande porte, afetando a qualidade das estradas, especialmente de suas pontes e passagens, bem como o uso das balsas e prejudicando ainda mais a população, que dispõe de um acesso precário;
    o Geração de impostos locais – o produto sai in natura, para ser processado em outras localidades, o que significa baixa capacidade de geração de tributos para a localidade. Além disto, se os ônus relacionados aos arrozeiros estão claros, os benefícios tributários para a receita municipal não o estão;
    o Promoção dos produtos locais – diferentemente de outros empreendimentos, os arrozeiros pouco adquirem ou gastam no mercado local, impossibilitando que a economia local se beneficie de sua presença;
    O que nos preocupa, mais que tudo, é que os Maroajaras não estão sendo ouvidos, não participam das decisões sobre sua própria vida e território. Mais uma vez, são os outros que decidem sobre a vida do Marajoara. Até agora o que se vê são empreendedores de fora, a cercar tudo, numa postura arrogante, crendo que o dinheiro tudo compra, como se o Marajó fosse terra sem lei ou rei. Pior, não se preocupam em informar a população sobre o que se propõem a realizar, que benefícios acreditam serem capazes de propiciar. Simplesmente, estão desfrutando de um território favorável, desprotegido, e tirando todo o benefício sem que a população dele participe.
    O Arroz do planeta inteiro não vale a saúde de uma pessoa.É neste sentido que reiteramos a urgência de promover debates públicos em Cachoeira do Arari e nos municípios vizinhos, bem como realizar uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, para discutir o impacto do plantio de arroz na vida dos Marajoaras.
    * Alessio Saccardo, SJ, Bispo da Prelazia de Ponta de Pedras Assunção Novaes (Cacau), coordenador do Conselho de Desenvolvimento Territorial do Marajó – CODETEM. Ima Célia Guimarães Vieira, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi. João Meirelles Filho, Diretor, Instituto Peabiru, Programa Viva Marajó.
    Fonte: Envolverde

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